terça-feira, 1 de setembro de 2015

Fragmento de um livro de memórias interrompido II

Ur
Uruk
Nipur
 Lagash,
 Kish
 e Eridu.

[Fiz questão de memorizar os nomes das cidades mesopotâmicas que arrastava comigo como um rabo escadaria abaixo, ao sair da biblioteca.
Eram dias arejados e me empenhava em estudar coisas por mim mesmo, embora acabasse caindo em um estado meditativo e letárgico ao olhar as fotos do museu de Bagdá.
 Imaginei uma estória em que encontrava uma moeda rara no jardim em frente à escola. Ansiava por coisas remotas, e a antiguidade me recompensava com sua aura mágica.

 Ainda não consigo aceitar que aquele curioso dragão babilônio que vi em um desses livros pode ter sido destruído nos bombardeios de 2003]. 

2 comentários:

  1. A maneira como a fatalidade dos bombardeios invadem a contemplação do passado é precisa na ideia. Quem não tem passado não tem futuro. Há um hint de Calvino, Borges... Uma fotografia bem contrastante...

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  2. Ah, books! They've always been my time machine since forever. The imagery in this poem reminds me of the days and ways of yore, of names such as Leviathan, Grendel, the Jabberwock, Smaug, Nazi Nazgul, and Hitler, all with their red eyes wide open, greedy, dulled to all feeling, without a thought for anyone but themselves, and in for the kill, though heading straight for their demise...

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