segunda-feira, 27 de julho de 2015

De retalhos fazemos as coisas
também de pecinhas
mordidas
largadas em caixas carcomidas

com restos arrastamos os rastros
em barbantes rotos atrás de nós mesmos

e as ideias que pensamos tão novas
alinhavam-se em
listras de coisas pensadas antigamente

aparas, fiapos, cadarços,
um botão de camisa desprendido
tudo volta, aquilo que quisemos
e o que não

Um comentário:

  1. Esse poema me remete mais uma vez à obra de Burton. Desta vez, o boneco 9, da animação do mesmo nome. Esse personagem, feito de trapos e farrapos, olhos de botões e um enorme zíper no peito, representa a alma humana: coragem, sinceridade e inteligência, mas também comete erros devido à sua curiosidade infinita, principalmente sobre seu presente como consequência de seu passado... É quase um reflexo da criatura/criação do Dr. Frankenstein.

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